terça-feira, 23 de agosto de 2011

RELIGIÃO X CARATER – QUAL A VERDADEIRA RELAÇÃO?

Aurelio Gama
Recentemente li uma matéria intitulada: Como vive uma família sem fé. Que relata o perfil de pessoas que não creem em Deus ou que não comungam de qualquer sentido religioso. O que mais me impressionou não foi à forma com que administram as situações, mas sim, o reflexo que elas causam nas pessoas desinformadas e despreparadas em lidar com a opinião alheia.
No Brasil, segundo os dados do IBGE, temos aproximadamente 12,8% da população formada de grupos sem religião, formando assim o segundo maior contingente de uma mesma “corrente”. Onde identificamos os ateus, que negam a existência de Deus, e os agnósticos que apesar de muitos deles também não acreditarem em Deus, consideram que essa questão não tem uma definição ou conceito claro.
Assim, essas famílias convivem em constante afronta à sua liberdade de escolha, ou de seu livre arbítrio, pois sofrem tentativas de conversões e assédios por pessoas ou grupos querendo impor suas convicções. O pior na matéria é a forma como muitas dessas famílias são rotuladas - pessoas sem caráter e que são capazes de matar, roubar ou agredirem o próximo, por não terem uma vivencia religiosa.
Ora, desde quando pertencer a esta ou daquela religião é sinônimo de caráter. Não vemos constantemente pessoas comuns e ate personalidades tidas como exemplos de religiosidade e de fé, matarem, roubarem, violentarem e se acometerem de outros crimes? Não deveriam ser elas as grandes defensoras da bandeira da fé, do caráter e dos princípios morais? Onde esta, nesse caso, o temor a Deus, e em que embasa os princípios religiosos que deveriam reger suas vidas?
As pessoas desprovidas de religião são por acaso esquecidas por Deus? Onde encontramos nas leis divinas, que devemos comungar desta ou daquela religiosidade para gozar das benesses de Deus? Somente nos princípios humanos e nas próprias leis criadas pelo próprio homem é que encontramos tal absurdo. Adaptamos dessa forma, as leis de amor ao próximo, e a Deus sobre todas as coisas. E assim vamos convivendo dia a dia, ano após ano, séculos após séculos sem considerar que isso nos afeta. Fazendo o bem somente a quem me convém.
E vamos mais longe, esquecemo-nos da trave que está em ossos olhos, mas fazemos questão de apontar o arqueiro que esta nos olhos do próximo (ESE – Cap. X itens 9 e 10). Deixamos de lado a pratica do amor a próximo, a pratica da caridade moral, o exercício continuo da fraternidade universal. Perdemos a habilidade de conviver com as diferenças, de conviver mutuamente para o bem, independente de religião, cor, raça e outros rótulos tão comuns no mundo atual.
Em suma, isso faz lembrar a parábola do Bom Samaritano, que atualizada espelha muito bem a situação (ESSE – Cap. XV itens 1 a 3), e da mensagem, também do Evangelho Segundo o Espiritismo – Fora da Igreja não há salvação – (Cap. XV – itens 8 a 9).

Um comentário:

  1. Oi Aurélio, muito bom seu artigo, se as pessoas refletissem e percebessem que o credo religioso é o de menos importância para o crescimento espiritual de cada um e que se a grande massa da humanidade se importasse realmente com esse crescimento muito ajudaríamos o nosso Planeta nesse processo de transição que se encontra, todos nós sairíamos ganhando e muito, mas infelizmente a intolerência ainda é um mal que nos ronda e que devemos ser vigilantes para não cairmos nesse erro também.
    Abraços fraternos.
    Fique com Deus.
    Paz, Luz e Evolução,
    Erika.

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