sexta-feira, 25 de maio de 2012

INÍCIO DO ESPIRITISMO NO BRASIL

Muitos Espíritas, simpatizantes ou mesmo trabalhadores ativos na Doutrina, desconhecem as bases que deram inicio às atividades do Espiritismo no Brasil.  Por esse motivo transcrevo parte do capitulo do Livro "O Espiritismo ao alcance de todos"

"Entre 1853 e 1854 surgiram no Brasil notícias sobre os fenômenos das "mesas girantes" que ocorriam principalmente nos Estados Unidos da América e na Europa, publicadas no Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, do Diário de Pernambuco, de Recife, e em O Cearense, de Fortaleza.

Primeiro Centro Espírita do Mundo - Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec.
 
Primeiro Centro Espírita do Brasil - Grupo Familiar de Espiritismo, instalado em 17 de setembro de 1865, às 30h30m, por Luís Olímpio Teles de Menezes, na cidade de Salvador, na Bahia.

Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o opúsculo O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos ataques expressos em Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do Espiritismo, em que, conforme consta da obra Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa, ele afirma:

"O Espiritismo tem de passar por provas rudes, e nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se ausentam por um simples temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados que somente são corajosos em tempo de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam as armas".

Luís Olímpio Teles de Menezes foi professor primário, estenógrafo, funcionário da Assembléia Legislativa e Oficial da Biblioteca Pública da Bahia. Falava o inglês, o francês, o castelhano e o latim. Escreveu nos seguintes periódicos: Diário da Bahia, Jornal da Bahia, A Época Literária e publicou o romance Os Dois Rivais.

Primeiro jornal espírita do Brasil - O Eco do Além Túmulo, publicado em julho de 1869, em Salvador, com o esforço de Luís Olímpio Teles de Menezes. Contava com 56 páginas e chegou a circular até no exterior – Londres, Madri, Nova Iorque, Paris. Aparecem referências ao Eco do Além Túmulo na Revista Espírita, edição de outubro de 1869.

Primeiro Centro Espírita do Rio de Janeiro - "Sociedade de Estudos Espiríticos – Grupo Confúcio", fundado em 2 de agosto de 1873. Faziam parte dele elementos da alta sociedade da Corte (Capital do Império), entre eles Joaquim Carlos Travassos e Bittencourt Sampaio. O Grupo se extinguiu em 1879.

Segundo periódico espírita do Brasil - "Revista Espírita, lançada em 10 de janeiro de 1875, pelo Grupo Confúcio, redigida e dirigida por Antônio da Silva Neto.

Neste ano de 1875 vão aparecendo as traduções para o português das obras de Allan Kardec, feitas por Joaquim Carlos Travassos, com pseudônimo de Fortúnio, e editadas pelo Grupo Confúcio. Ainda neste ano, o tradutor oferece a Bezerra de Menezes um exemplar de O Livro dos Espíritos.

Em 23 de março de 1876 é fundada, no Rio de Janeiro, a "Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade", da qual participavam Bittencourt Sampaio e Antônio Luís Sayão. Mais tarde, a entidade passou a se denominar "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade".

Havia divergências entre os espíritas do Rio de Janeiro, que de acordo com os pontos de vista defendidos se dividem em místicos e cientificistas, o que resultou na criação de várias instituições.

A data de 28 de agosto de 1881 registra a perseguição oficial ao Espiritismo. Nos periódicos O Cruzeiro e Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, foi anunciada a ordem policial proibindo o fundamento da "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e dos Centros filiados.

Em 6 de setembro de 1881, uma comissão de espíritas é recebida pelo Imperador D. Pedro II, que promete não haver mais perseguições aos espíritas, porém elas continuaram a ocorrer. Em 21 de setembro do mesmo ano, a comissão retorna ao Imperador, que volta a afirmar sua intenção de não permitir perseguições aos espíritas.

Ainda em 6 de setembro de 1881 é realizado o Primeiro Congresso Espírita do Brasil, com o objetivo de reunir e orientar as instituições espíritas.

Em 28 de agosto de 1882 é realizada a Primeira Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica Espírita Deus, Cristo e Caridade. A data, aliás, recordava o início da perseguição policial ao Espiritismo.

Em 21 de janeiro de 1883, Augusto Elias da Silva, fotógrafo português radicado no Brasil, publica o Reformador, com seus próprios recursos e cuja direção intelectual fica a cargo do Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros. Também neste ano, Augusto Elias da Silva promove encontro fraternal dos espíritas, em virtude das divergências entre os integrantes das instituições espíritas da ocasião: "Grupo dos Humildes", "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade", "Centro da União Espírita do Brasil" e "Grupo Espírita Fraternidade", situados no Rio de Janeiro.

Em 2 de janeiro de 1884 é instalada, na Rua da Carioca nº 120 – sobrado – Rio de Janeiro, a Federação Espírita Brasileira, sendo seu primeiro Presidente o Major Ewerton Quadros, anteriormente já citado.

Em 15 de junho de 1886, Bezerra de Menezes, diante de mais de 1.500 pessoas, no Salão da Guarda Velha (na rua de igual nome, hoje Avenida 13 de maio) faz sua profissão de fé espírita.

Em 1889, Bezerra de Menezes assume a presidência da Federação Espírita Brasileira, em substituição a Ewerton Quadros. Bezerra instituiu o estudo sistematizado de O Livro dos Espíritos em reuniões públicas realizadas no salão da Federação.

Dada a crise administrativa e financeira que passava a Federação, comprometida ainda pelas divergências dos líderes espíritas, e com a renúncia de Julio César Leal, após sete meses no cargo, Bezerra de Menezes, em 3 de agosto de 1895, aceita assumir novamente a presidência da Federação Espírita Brasileira.

Em 10 de dezembro de 1911, a Federação Espírita Brasileira se transfere para a Av. Passos, antiga Rua do Sacramento. Em 27 de outubro de 1937, a Federação é fechada pela Polícia e reaberta três dias depois, por ordem do Dr. Macedo Soares, então Ministro da Justiça.

Em 5 de outubro de 1949, é assinado o Pacto Áureo, na sede da Federação Espírita Brasileira, visando à unificação dos espíritas, fortalecendo os laços de fraternidade. É, então, criado o Conselho Federativo Nacional (CFN), composto dos representantes das entidades adesas à Federação Espírita Brasileira.

Não se deve perder de vista que tanto no Rio de Janeiro, como na Bahia e em todo o Brasil se desenvolvia e se expandia a prática mediúnica da Umbanda e de outros credos afro-brasileiros."

segunda-feira, 2 de abril de 2012

POR QUE VIVEMOS?

PRIMEIRAMENTE QUAL O CONCEITO DA VIDA?
(Palestra em Janeiro / 2012 - NEDE - PB

Esta analogia possui aspectos variados e tem alcançado diferentes conclusões sob o ponto de vista filosófico e o ponto de vista cientifico.

Em todo as analises teremos sempre os conceitos que a biologia e a genética venham estabelecer de forma conclusiva suas teses.

Em ambos os casos somos conduzidos ao criacionismo – onde filósofos e religiosos admitem que a vida tenha sido criada por Deus e a geração espontânea.

A DOUTRINA ESPÍRITA nos mosta que estes conceitos genéricos de vida devem ser analisados sob os ângulos da vida orgânica e da vida espiritual.

MAS COMO ENTENDEMOS ESSE ESTUDO QUANTO AO CONCEITO DE VIDA ATE O MOMENTO?

Vamos analisar sobre três aspectos que foram instruídos ao longo dos anos.

VISÃO PRAGMÁTICA DA IGREJA

• Ela admite a geração espontânea dos seres vivos a partir da matéria não viva associada à força espiritual, ou seja, analisemos a Gênese da Criação segundo a Bíblia:

• Deus criou todo o universo do nada, mas isso não se opõe a evolução, pois apenas ensina que todas as coisas foram de certa analise, criadas por Deus, sem que houvesse algo preexistente.

• Dai concluímos que:

• Deus é a causa primaria de todos os seres vivos, qualquer que tenha sido o desenvolvimento evolutivo.

• A alma de cada homem, mesmo o primeiro homem e a primeira mulher, é criada por um ato especial de Deus.

• Todo o gênero humano descende de um único casal – Adão e Eva.

• Assim este conceito estabelece que a alma não evolui, permanece como criada por Deus.

COMO A CIENCIA DEFINE VIDA

A ciência admite a geração espontânea dos seres vivos a partir da matéria não viva como um processo natural.

Segundo Ledyard Stebbins, no livro Processos da Evolução Orgânica, publicado pela USP, a biologia moderna aceita a evolução como um fato, seguindo cinco princípios básicos:

1 – MUTAÇÃO – o elemento sob ação de agentes externos sofre alterações importantes

2 – RECOMBINAÇÃO GENETICA – que são fontes de variabilidade, onde os elementos afins se combinam e recombinam gerando novas formas, variantes da primeira.

3 – ORGANIZAÇÕES CROMOSSOMICAS – e suas variações, que afeta a ligação genética

4 – A SELEÇÃO NATURAL – seres mais fortes e mais resistentes dá origem a outros geneticamente capazes e resistentes.

5 – ISOLAMENTO REPRODUTIVO -

VISÃO DO ESPIRITISMO

Admite a geração espontânea da matéria viva a partir da ignorância, quando absorve o principio vital.

Essa matéria orgânica seria o germe ao qual o principio inteligente vai se associar para dar origem aos seres vivos na face da terra.

No Livro dos Espíritos pergunta 63 – a resposta ao questionamento de Kardec quanto à vida orgânica e fluido vital temos:

A vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria.

(comentar)

Quero ressaltar que o L.E. Foi publicado em 1857, e Charlis Darwin em 1859, publicou A Origem das Espécies.

MAS PORQUE VIVEMOS?

Tudo isso nos parece confuso, tridimensionalmente conclusivo.

Mas ate o momento analisamos os conceitos do fenômeno da vida, sob alguns aspectos.

PARA O MATERIALISTA NAO PASSARIA DE UM ASPECTO CAUSAL.

Onde para ele existem dois pontos singulares e opostos:

O NASCIMENTO E A MORTE


Apos a morte, vem à decomposição orgânica, com retorno ao deposito universal da matéria inanimada.

Todos os atributos da personalidade, a consciência, os sentimentos, os conhecimentos, a noção do EU, as alegrias e as tristezas, o amor etc., são meros produtos da organização altamente complexa da matéria viva.

Tudo desaparecera apos a morte.

Restara do individuo apenas a matéria que o compôs, e a sua lembrança gravada na memória dos parentes, amigos e conhecidos. Alem disso poderá perpetuar geneticamente em seus descendentes ou subjetivamente através da historia e nada mais.



PARA O ESPIRITUALISTA RESTARIA AQUILO QUE ANIMOU O CORPO, ENQUANTO VIVO.

A alma ou espírito. Portador dos atributos psíquicos. À vontade, a consciência, os sentimentos, as emoções as percepções etc.

Em contraparte o soma também as responsabilidades dos atos bons e maus praticados na vida, o qual devera responder por eles.

Dai ter-se imaginado o Céu, o inferno e um intermediário entre ambos – o purgatório.

A recompensa ou castigo teriam duração eterna.

Assim, a vida estaria resumida no gozo ou no sofrimento eterno. Conforme julgamento final.

Tal conceito e questionável quando trazemos para analise os atributos de Deus. Passam a ser controversos com a infinita justiça e bondade Divina.

JA PARA OS REENCARNACIONISTAS O MODELO É SIMPLES E INTELIGIVEL.

Indivíduo apos sua morte, perde apenas o corpo carnal, conservando um corpo espiritual, sede dos atributos psíquicos, das responsabilidades de seus atos praticados em vida.

Apos o abandono do corpo, o espírito passa a habitar outro tipo de espaço, onde permanece por certo período, denominado de INTERMISSÃO. Que findo esse prazo retorna ao processo de renascimento no plano físico, iniciando nova existência – e a reencarnação.

Nessa nova fase ele ira trazer suas impressões anteriores, suas tendências e travar uma luta de desafios, conquistas e renovação.

A lei do progresso, adquirida devido à conquista de crescentes experiências ao longo de sucessivas reencarnações.


É assim que o advento da Doutrina Espírita, bem esclarecida no capitulo I de A Gênese de Alan Kardec, deixa claro os propósitos desta doutrina, ou doutrina dos espíritos, que vem ao seu tempo trazer uma nova ordem, mas sem derrogar as leis divinas, mas sim revelá-las.

Ela vem esclarecer de forma objetiva os aspectos que envolvem a relação entre a vida material, a vida espiritual e o progresso e os destinos da humanidade.

Através de seus ensinamentos podemos ver que não somos obra do acaso.

Que nosso propósito e mais do que viver uma vida apenas por um prazo, por um momento.

Que as leis que regem o Universo são as mesmas leis que estamos sujeitas a elas.

Onde Deus nos permite a cada instante, pelo nosso livre-arbítrio, reparar, recomeçar e renovar.

Que a morte não é o fim. O nascer e morrer são pontos opostos de um mesmo caminho de um mesmo momento e um mesmo fenômeno – que poderíamos chamar de vida.

E DAI CHEGAMOS A OUTRO QUESTIONAMENTO - PARA QUE VIVEMOS?

Vivemos para atingir um dia, os altos níveis da Espiritualidade

que foi a meta escolhida por nos próprios.

Quando ainda partículas da consciência cósmica, demos o primeiro passo

no extenso caminho da vida.

E um destino ao qual ninguém escapara.




“NASCER, MORRER, RENASCER AINDA, PROGREDIR SEM CESSAR TAL É A LEI”


LIVRO DOS ESPIRITOS – 1857



FONTES DE PESQUISA SOBRE O TEMA:

• EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO CAP. IV – NINGUEM PODE VER O REINO DOS CEUS SE NAO NASCER DE NOVO.


• MORTE, RENASCIMENTO E EVOLUÇÃO - HERNANI GUIMARÃES ANDRADE